Anoitece
A porta está aberta
A luz projetando no pequeno jardim
Esparrama pelo chão
Desce pela escada
A menina brinca com giz
Desenha nas pedras e vasos
A tranqüilidade é total
Deus derramou suas bençãos
A vida é serena
Que alegria.

Prisioneiro da minha amargura
Sai um pouco de mim
Dê umas voltas agora
Depois volte para mim.


Sombras do passado
Assombrando o presente
Porque não esqueço
Quero o meu presente.

Mingau de fubá com água e bastante queijo.

Café com açúcar.Depois do café com rapadura,o gosto mais antigo.Delícia.

Cem anos aqui na terra,um minuto do outro lado.A voz disse.



Já faz tempo que li
Um livro chamado"Francisca"
Mas nunca me esqueci
Foi lá nos anos quarenta.

Teatro vazio
Platéia silenciosa
Café da manhã no palco
Olhando o vazio
Sonho antigo
De quando bailarina
E queria morar no teatro.

Naquela velha pensão
Lá na rua Jaguarão
Me fascinava ver as mulheres
Se enfeitando na janela
Na minha adolescência
Nada era tão imoral
Mas também tão fascinante
Será mesmo que existiu?
Ou foi tudo um sonho meu?

Movida pela urgência.

A tarde morreu ou a noite nasceu?

Desde que o mundo é mundo...Ja diziam.

Nada mais certo do que vivendo e aprendendo os mistérios da vida.

Esperança de fé e de bicho.

A música que escuto
Naõ sei o que diz
È de língua estrangeira
Mas a melodia...
Meu Deus que beleza
E que tristeza
Me dá uma emoção...
Não sei o que é
De coisas passadas
De saudades
De arrependimentos
De perdão também
De vontade de ver
Não sei bem o que
Levantei-me do sofá
Andei pela casa
E a música atrás
É bem bonita
Vou desligar
Chega de emoção.

Tantas saudades eu tenho
De amores não tenho
De situações eu tenho
Do que não fiz eu tenho.



Aquele tempo
Foi um tempo que passou
Pessoas e coisas ficaram no tempo
Agora descortina-se para mim
Pessoas novas tempo novo
Hora de esquecer.Amém.

Eu sou uma artista
Podada e renascida
Passei anos esquecida
Voltei ainda mais artista.