FELIZ NATAL

TROVA

Como leque

De mulher bonita

A palmeira balançava

Na brisa suave da manhã.

MEDO

Os passarinhos cantam
E o gato deitado no chão
E os passarinhos voam baixo
Estão provocando o gato
Que agora rola no chão
O canto está tão bonito
E eu com tanto medo
Não quero ver vencer
O poder do mais forte
Saio da janela que deixo fechada
Não quero escutar nada
Mais tarde quando abro a janela
Não tem nada
Nem canto
Nem pássaros
Nem gato.

TROVAS

Até que enfim
O dia chegou
Não conto para ninguém
De tão feliz que estou.

Um sonho me persegue

Estou sempre na frente

Vou andar devagar

Para ele me pegar.

TROVAS

As netas de fora
Estão muito crescidas
As de cá são pequeninas
Todas muito queridas.


A cartinha do Ricardo
Me valeu umas palmadas
Dizia que me amava
E sumiu na estrada da vida.

PASSADO

Faz tanto tempo
Até o medo já passou
Perdí  meu broche de coco e ouro
Nunca contei em casa
Por puro medo
Que agora já passou
E não tenho para quem contar
Meus  pais já se foram.


trova

Dançando uma valsa
Que parece que é falsa
Esta beleza eu lí
Ou eu escreví?

MESA DO CAFÉ

Quando vejo uma velhinha
Ou um velhinho
Solitários pela rua
Olhares desolados
Buscando algo
E com sacolinhas
De algumas comprinhas
Logo os imagino
Cada um em sua casa
Mesinha perto da janela
Café cheiroso
Pães e quitutes
A saborear felizes
Bem devagar
O tempo parou para eles
E são felizes
Numa mesa de café
Todos são.

TROVAS

Saindo de mim, não me achei
Voltei para dentro, custei mas encontrei
Está tudo dentro de mim
Minha alegria sem fim.


Quero pintar uma àrvore
Com todas as folhas azuis
Sou maior de idade
Foi assim que imaginei.


Obrigada meu Deus
Pelos talentos que já me deu
Uns eu nem usei
Perdão pelo que se perdeu.

SONHOS

Dizem que o passado já se foi
Para vivermos o momento presente
Pois eu digo:
-Sonho com o passado
Passado só de felicidade
De realizações e sucesso
Não tenho do que me lamentar
Sonho no passado
Mas vivo o presente
E espero o futuro.

É uma emoção que sinto
Parece com saudade
Alguma coisa vai acontecer
E que vai deixar saudade.

Já sonhei morar no alto do morro
Casa grande com jardim
Hoje que moro assim
Sonho descer do morro.


Não se esqueça de Deus nos seus momentos mais felizes.

De alma leve
Andei pela vida afora
Pouco amei
Mas foi o bastante
Pouco sofrí
Já me esquecí

O bonde do amor passou
O bonde da vida não
Nos trilhos do amor chorei
Nos trilhos da vida não

Leite condensado
E amendoim moido
Deixo à mão
Para os momentos
De aflição
De angústia
Ou até raiva
No fogão
Misturo numa panelinha
Até aparecer o fundo
Derramo numa tigela
E vou comendo com colher
Bem devagar
Assistindo filme
De suspense
Esqueço meus suspenses
E descarrego tudo
Na outra história
A que assisto
E não é suspense meu.

Tanto esperei
Já nem sei
Quando enfim veio
Não atendí
Fiquei com preguiça
Fico fingindo que não veio.


Na noite morna
A enfermeira massageava
A perna do velhinho
Com uma pomada.

Começou uma tempestade
A luz sumiu
Mas o bom velhinho
Tinha uma lanterna
Ao alcance da mão.

Acendeu e iluminou só a perna
A perna da massagem
A enfermeira assustou e gritou:
-Uma perna sozinha
Nesta escuridão.

Se hoje tenho com o que sonhar
De São Judas Tadeu foi o milagre e obra
Ele me deu a década mais feliz
Que até hoje alimenta minh`alma.
Se bastante não agradecí
Aceite hoje meu obrigada,obrigada
Mas no meu álbum daquele tempo
O Senhor está como homenageado.
                      Amém!

Vinte anos corri atrás
Vinte anos tentei fugir
Não teve ganhador
Nem mesmo perdedor.

De tanto querer
Cheguei bem perto
Mas não foi o bastante
Havia um abismo por perto.

Se nem começou
Como que acabou?
Foi apenas um sonho
E agora acordou?

SEMANA SANTA
JESÚS CRISTO MORREU
JESÚS CRISTO RENASCEU
MINHA ALEGRIA ESTÁ DE VOLTA.

Quando penso em felicidade
Penso sempre em uma mesa de café
Bem mineira e farta
Toalha sugestiva
Pode ser louça barata
E bule de lata
Importa o aroma do café
Os quitutes mineiros
O pão quentinho
Queijo e tudo o mais.

Anoitece
A porta está aberta
A luz projetando no pequeno jardim
Esparrama pelo chão
Desce pela escada
A menina brinca com giz
Desenha nas pedras e vasos
A tranqüilidade é total
Deus derramou suas bençãos
A vida é serena
Que alegria.

Prisioneiro da minha amargura
Sai um pouco de mim
Dê umas voltas agora
Depois volte para mim.


Sombras do passado
Assombrando o presente
Porque não esqueço
Quero o meu presente.

Mingau de fubá com água e bastante queijo.

Café com açúcar.Depois do café com rapadura,o gosto mais antigo.Delícia.

Cem anos aqui na terra,um minuto do outro lado.A voz disse.



Já faz tempo que li
Um livro chamado"Francisca"
Mas nunca me esqueci
Foi lá nos anos quarenta.

Teatro vazio
Platéia silenciosa
Café da manhã no palco
Olhando o vazio
Sonho antigo
De quando bailarina
E queria morar no teatro.

Naquela velha pensão
Lá na rua Jaguarão
Me fascinava ver as mulheres
Se enfeitando na janela
Na minha adolescência
Nada era tão imoral
Mas também tão fascinante
Será mesmo que existiu?
Ou foi tudo um sonho meu?

Movida pela urgência.

A tarde morreu ou a noite nasceu?

Desde que o mundo é mundo...Ja diziam.

Nada mais certo do que vivendo e aprendendo os mistérios da vida.

Esperança de fé e de bicho.

A música que escuto
Naõ sei o que diz
È de língua estrangeira
Mas a melodia...
Meu Deus que beleza
E que tristeza
Me dá uma emoção...
Não sei o que é
De coisas passadas
De saudades
De arrependimentos
De perdão também
De vontade de ver
Não sei bem o que
Levantei-me do sofá
Andei pela casa
E a música atrás
É bem bonita
Vou desligar
Chega de emoção.

Tantas saudades eu tenho
De amores não tenho
De situações eu tenho
Do que não fiz eu tenho.



Aquele tempo
Foi um tempo que passou
Pessoas e coisas ficaram no tempo
Agora descortina-se para mim
Pessoas novas tempo novo
Hora de esquecer.Amém.

Eu sou uma artista
Podada e renascida
Passei anos esquecida
Voltei ainda mais artista.